Nos últimos anos, temos ouvido cada vez mais o termo agricultura regenerativa como uma abordagem capaz de preservar e revitalizar a biodiversidade do solo e a saúde do planeta. No entanto, não é exatamente isso que a agricultura biológica promove? Qual é a diferença, se é que existe? Estamos perante um rebranding de algo que já existe ou estamos realmente perante uma abordagem verdadeiramente inovadora?
Vamos por partes: a agricultura biológica sempre deu prioridade à saúde do solo, promovendo a sua fertilidade e a biodiversidade do planeta. Além disso, a agricultura biológica tem uma série de normas de produção que devem ser respeitadas para obter o rótulo de biológico ou sustentável. Neste sentido, a agricultura regenerativa mantém a tónica nos aspectos já abrangidos pela agricultura biológica.
Pode dizer-se que a agricultura regenerativa representa uma evolução natural da agricultura biológica. No entanto, na ausência de uma norma de certificação universal ou de uma regulamentação dos processos de produção, não parece fazer muito sentido desviarmo-nos de um rótulo que já está empenhado em restaurar a saúde do planeta e do solo em favor de um novo conceito que parece ser o produto de certas organizações com interesses específicos.
Na ausência de uma certificação adequada para a agricultura regenerativa, muitas empresas agrícolas convencionais utilizam este rótulo como uma tática de lavagem verde.
Recordamos-te que os princípios da agricultura biológica são os seguintes:
- Saúde do solo
- Promoção dos ciclos biológicos
- Diversidade das culturas
- Conservação dos recursos naturais
- Bem-estar dos animais
- Não utilização de OGM
Em que é que eles diferem realmente daquilo que a agricultura regenerativa propõe?
Se é verdade que se trata de um termo que está a ser utilizado para redefinir certas práticas, a agricultura regenerativa volta atrás em aspectos como a utilização de pesticidas e fertilizantes químicos sob o pretexto de procurar regenerar o solo.
Neste sentido, é importante compreender que todos os métodos utilizados na agricultura biológica são concebidos para regenerar e preservar os recursos naturais, o que faz dela uma abordagem inerentemente regenerativa. No entanto, nem todos os métodos agrícolas que se centram na regeneração dos ecossistemas cumprem os princípios da agricultura biológica. Assim, embora a agricultura biológica adopte a regeneração como parte da sua filosofia, nem toda a agricultura regenerativa é biológica.
Não há dúvida sobre a importância de continuar a explorar novos mecanismos e ferramentas que promovam a saúde do planeta sem prejudicar o meio ambiente. Acompanhar as últimas investigações permite-nos avançar para um horizonte sustentável, no entanto, a certificação biológica já representa o farol que nos guia nessa direção.
Não te esqueças que, através deste selo, se reconhece o compromisso com práticas amigas do ambiente e se consolida um caminho de preservação ambiental. Por isso, como sabes, em caso de dúvida, procura sempre a folha verde.